terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O ASCO VITIMIZADO

MARCELO SILLES
ASSISTENTE SOCIAL COM BACHAREL DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ & RAPPER

Como ainda é notório os bom-jesuenses de “bem” praticarem a superficialidade julgando o livro sempre pela capa, acharem no direito de definirem através da superficialidade o caráter de um indivíduo. Quantas vezes já escutei e ainda escuto de pessoas ditas do “bem” que o meu manifesto pode ser usado contra mim. Aí eu me dirijo à determinada pessoa e pergunto: você ler o que escrevo? E a pessoa sabiamente me responde: “não nunca cheguei a ler nada”.

Ser crucificado sem antes ser conhecido a fundo é praxe daqueles que são de uma moral direita flertando suavemente com o esquerdismo humanista. São adeptos do tipo deixa disso, “o que você promove choca” ou o mais famoso e predileto das pessoas de “bem”, da “moral” e dos “bons costumes” “você está sendo racista”. Hó sempre a mesma desculpa.

Portanto, como uma pessoa pode querer definir e moldar o caráter de uma pessoa sem antes conhecê-la ou se aprofundar em seus discursos, debates? Parece-me ser um tanto boçal demais de tal parte. Pessoas que pregam uma sociedade justa, mas ao menos conhece o que realmente a transformou injusta. Venhamos e convenhamos que toda a mazela que existe no mundo é culpa estritamente do ocidente civilizado, os livros reais de história afirmam isso. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Os brancos europeus transformaram o mundo no mar de desespero, injustiças e caos humano e social que vivenciamos hoje.

Os ativistas da tal consciência humana revelam-se verdadeiros defensores do racismo a brasileira, um racismo cordial, sutil e aceitável pelas “boas” pessoas. Diasporicamente falando se irritam pelo simples fato legitimo de um preto viver o seu devir em harmonia consigo mesmo e seus próximos. Quando os tambores ressoam começam a se incomodar, pois os cultos ordinários dos ritos de bênçãos aos seus ancestrais e descendentes, passam uma visão de afronta a sociedade dita do “bem” chocando o cotidiano branco e com isso evidência um passado branco de crimes brutais que foram praticados contra seres humanos escravizados, crimes esses sobre as bênçãos da tal consciência humana.
O RACISMO DA CONSCIÊNCIA HUMANA

Aí o opressor quer se pagar de vitima, “há estão querendo discriminar, segregar os brancos os negros são racistas”. O velho ranço do opressor acostumado a ter negros sempre obedientes e em seu lugar. Coitados. Hoje podemos dizer que para nós em Diáspora houve angus avanços significativos, podemos debater de igual para igual e desmascarar as mentiras que nos eram contadas quando éramos crianças, quando nos diziam que negro era feio, que cabelo de preto é ruim e muitas outras coisas mais, quando aceitávamos as piadas que nos insultávamos e riamos juntos éramos humanos, de bem. Mas agora o jogo muda, exaltamos a nossa negritude e então somos racistas. Vejam só, nós pretos não criamos a definição de raças nem os conceitos superiores e inferiores, foram os brancos europeus, portanto o racista é aquele que detém o poder econômico em todas as suas estruturas, sendo assim um negro brasileiro não pode ser racista pois não detém o poder econômico visto que o racismo está ligado as bases de poder.

Portanto, querem injustitificar o óbvio incomodamos não ligamos, somos pretos não importa o que haja. Conheçam antes de julgar, procurem saber a verdade absoluta e verdadeira da escravização brasileira, da invasão e exploração brasileira a verdade absoluta sobre a África, e aí sim tenha bagagem para ter competência para debater e me desafiar.

“A Diáspora me fez um homem forte. Sou fruto de uma seleção natural corroborada por toda sorte de opressão e exploração experienciada por meus ancestrais.” Ley Silva